terça-feira, 23 de junho de 2009

“Ninguém sabe o duro que dei"

Um documentário sobre o dedo duríssimo do Simonal.

Só ele, o dedo-duro sabe o quão duro deve ter ficado o seu dedo indicador, na época em que apontava o dedão. Ora, não me venham com demagogia. A própria testemunha de defesas foram que afirmaram: “Simonal era colaborador das Forças Armadas e informante do Dops”. Quem lia jornal e era antenado nas coisas que se passavam pelo país, sabe muito bem disso.

Foi julgado, teve uma então uma pena de 5 anos e quatro meses, que cumpriu em liberdade, numa época em que apenas pensar dava cadeia, tortura, banimento sumiço na poeira.

Será que o compositor e cantor Paulo Vanzoline (compositor de Ronda) mente quando afirma em entrevista ao Caderno 2 do Estadão, que Simonal era, de fato, dedo-duro do regime militar e complementa: “Essa recuperação que estão fazendo do Simonal é falsa. Ele era dedo-duro mesmo”. E que ele "se gabava de ser dedo-duro da ditadura". Gabava-se dizendo na “frente de muitos amigos,” “entreguei muita gente boa”!. E entregou mesmo!

Não por acaso, o Maestro Erlon Chaves infartou ao saber que Simonal era dedo-duro. Pelo menos foi isto o que correu nas entrelinhas dos bastidores do meio artístico no Rio de Janeiro, já que a imprensa capitaneada pela Globo estava completamente ao lado do Dedão!

Um dos defensores de Simonal, o Chico Anísio, não se pode levar a sério. Pois enquanto um entregava a “malandragem”, o outro, malandramente, mandava literalmente dentro da Rede Globo... Era (?) o único humorista...

Por fim o contador de Simonal à época, conta em depoimento no filme que além de dedurar o “malandro” estava no Dops e assistiu a tortura dele e não teve dó.

Enquanto o Simonal sacudia o Maracá cantando “mamãe passou açúcar ni mim”, os agentes da repressão sacudia o meio artístico a partir das informações que ele passava.

Quanto ao diretor do documentário, o Cláudio Manoel, da trupe Casseta & Planeta. desde a morte do Bussunda, perdeu o rumo completamente.

Ingenuidade? Não dá para acreditar.

No contexto político em que as coisas aconteceram, não havia espaço para posturas ingênuas. Cada um sabia o terreno em que estava pisando.

Cuidado minha gente. Eles estão em todos os lugares. O fato de vivermos numa República em num Estado de Direito Democrático, não significa que eles não existam.

Não adianta documentário. Dedo-duro será sempre dedo-duro em qualquer circunstância.

É... deve ter sido duro mesmo entregar tanta gente!

Um comentário:

Marcela Muniz disse...

Nossa este Blog é super intelectual,nós deixa por dentro de vários assuntos.